Sete dias, sete hamburgers - Dia 6 - Bazzar Lado B
O Bazzar é um caso único entre os restaurantes do Rio. Primeiro porque não é só um restaurante, mas uma marca. Segundo porque ao contrário de outras marcas que a gente conhece, ele não segue modinha mas está sempre de olho nas tendências mundiais e terceiro, é muito brasileiro sem ser nada, mas nada típico.
Na sua versão Lado B, dentro da Livraria da Travessa em Ipanema eu sempre tento, mas raramente peço outra coisa diferente do pudim de leite. Às vezes peço uma entrada, que quase sempre é o cheeseburguer da casa.
No menu, a descrição do sanduíche é bem simples: 100% picanha e cheddar, acompanha batatas fritas ou salada verde. Só. Definitivamente a descrição não condiz com a realidade do prato. Prato? Não tem nem prato.
O cheeseburguer chega bem apresentado numa placa de cerâmica e acompanhado de dentes de alho assados, folhas de rúcula, molho barbecue e mostarda da casa. As batatinhas são servidas numa concha de metal bem charmosa. Pedi uma Hoegaarden para acompanhar. Pela foto dá para ver que o conjunto promete.
O pão é feito na casa e super macio, o hamburguer veio com uma casquinha crocante, bem rosado e suculento no interior e é diferente de todos os outros hamburgers que comi essa semana.
Como deve ser um hamburguer de verdade, a carne não é humilde e apesar de presentes, nenhum dos outros ingredientes se sobressai além do que deveria. Nem as batatatinhas crocantes e salgadas no ponto. O que destoou foi a cerveja condimentada demais para acompanhar. Culpa minha, há muitas outras para escolher.
O conjunto entrega tudo o que parecia prometer. O queijo é cremoso, o pão fica molhado com os sucos da carne, espalhar um alho assado na mordida muda tudo, a mostarda forte e o molho barbecue te dão várias opções de sabor. Se tenho alguma crítica é que sinto falta de um croc e de uma gordurinha de bacon.
Mas eu fui ao Bazzar comer pudim, certo? Errado. Eu fui comer o melhor pudim de todos. Minha sogra que me desculpe.
Na foto dá para ver que ele é feito com fava de baunilha mas não dá para ver que ele é denso e que o meio vem preenchido com calda de caramelo e flor de sal. O sal faz todo o sentido numa sobremesa tão doce. Dá aquele corte, aquele choque na língua que se abre para a baunilha e o caramelo. O pudim vem imponente num prato fundo de cerâmica que voltou limpo para a cozinha. Cheeseburguer, cerveja e pudim do Bazzar Lado B é das melhores coisas que você pode comer no Rio com R$ 75,00.
O Bazzar é um caso curioso, pois ao mesmo tempo que entrega um prato rico em sabores, elaborado e pensado nos mínimos detalhes, faz com que tenha um jeito meio caseiro mas sem ser humilde nem tímido, pelo contrário, quase bruto, sem luxo mas como muita personalidade. E isso não vale só para o cheeseburguer ou para o pudim.
Anos atrás o Bistrô fez uma entrevista com a dona do Bazzar, acho que vale a leitura aqui.
Anos atrás o Bistrô fez uma entrevista com a dona do Bazzar, acho que vale a leitura aqui.
Marcadores: Bobagens, Comendo e bebendo fora
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