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30.3.08

Nada a ver, mas tudo a ver

Eu acredito piamente que se cada um fizer pequenos gestos e tomar atitudes simples mas consistentes no seu dia-a-dia, podemos mudar o o bairro onde vivemos e mundo.
Eu não estaciono em cima de calçada, não faço aquele retorno fácil, mas proibido, para pegar a Lagoa aqui perto de casa e não sou sócio da Light como meu pai cansou de me ensinar na infância. São pequenas bobagens mas, se fazem diferença para mim, devem fazer diferença para mais um monte de gente.
Esse anúncio foi criado pela Y&R Wellington, da Nova Zelândia, para a ONG We Are What We Do promover o livro 'Change The World For Fifteen Bucks' (Mude o mundo por 15 pratas) foi uma dica do Blue Bus e resume bem o que penso e tento fazer.
Sei que por aqui temos coisas mais básicas e imediatas por resolver mas se cada um de nós não fizer um pequeno gesto que seja para ser mais civilizado no sentido coletivo da palavra - não basta ser civilizado dentro de casa - amanhã teremos muito mais coisas básicas e imediatas por resolver.

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15.3.08

Sushi Kin, SP

Quando o PF e a Mia me disseram aonde iríamos, cariocamente achei que o nome do restaurante era Sushiquim – tem um com esse nome no Rio – e como os paulistas tiveram a mania de copiar os botequins cariocas, achei que o restaurante poderia ser uma versão nissei dos botecos daqui. Na minha cabeça fazia todo sentido. Mas o que encontrei no Kin não tem nenhum elemento que nem de longe lembre o mais paulista dos quins cariocas.
O Sushi Kin é considerado por alguns como um dos melhores japoneses de São Paulo, fica no final da Rua Amaury, a Dias Ferreira paulistana, e é chique. Um belo jardim externo e duas recepcionistas nos recebem ao lado do chef no grande hall com iluminação e tons suaves de materiais naturais como madeiras e pedra que também funciona como um lounge com cadeiras e sofás confortáveis. A casa tem mais dois ambientes, um sushi bar e o salão principal onde cabem umas 70 pessoas. Ambos com a mesma ambientação natural e suave da entrada.
O serviço é nível paulista, muito atencioso, simpático no ponto e principalmente conhecedor que está servindo. Carioca até estranha.
Começamos com harumakis de pato confit com gengibre, com pouco gengibre, mas bem bonzinhos. Acho que essa massa de harumaki é uma das mais versáteis invenções da cozinha. Combina muito bem com legumes, camarão e, dessa vez, pato confitado.
No cardápio chamam a atenção as “Pizzas do Gordo”, que eu preferi imaginar que foi um erro de impressão, pois pizza e gordo são palavras estranhas a qualquer menu japonês. Mas deixei a curiosidade para uma próxima visita.
Depois dos harumakis escolhemos pelo que não conhecíamos; Batterá de atum: são com um sushi de arroz prensado no formato de um dado retangular coberto com atum cru e cebolinha. Saboroso, leve e fresco. Apoiados nesse sucesso, pedimos também o batterá de salmão que foi amplamente reprovado pelo excesso de maionese e pelo sabor de atum em lata. Média dos batterás: quatro e meio.
Os uramakis – enrolados com o arroz por fora – de salmão skin e camarão estavam frescos, um pouco soltos demais para o meu gosto, mas saborosos. O fiasco foi o sushi de atum com foie, uma mania relativamente nova nos japas chics – combinação que acho que foi inventada aqui no Sushi Leblon pelo Felipe Bronze – que no caso do Kin usa patê de foie e não o verdadeiro gras. Verdadeira decepção. A Mia, por pura gula, ainda comeu um temaki de atum para finalizar.
Acompanhamos tudo com umas ótimas Baden-Baden servidas no balde de gelo, como sempre deveria ser servida uma boa cerveja, e arrematamos com cafés. A conta de R$ 240,00 para três pessoas não assustou. O que assustou foi na saída encontrar nada menos que quatro Porsches pretos novos estacionados na porta do restaurante. Foi ali que eu tive certeza que estava em São Paulo.
O Kin paulista me pareceu um bom japa, muito bem instalado, com alguma criatividade na cozinha, um pouco pretensioso como deve ser quem se instala na Rua Amaury, mas sem nada demais. A todo o momento comentávamos como o Shushi Leblon é melhor.
No final das contas, para quem pensava que ia num botequim nissei, o programa foi bom, mas o mistério sobre o que faz a tal Pizza do Gordo no menu de um japa chique da Amaury vai continuar.

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