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26.2.07

Jekyll and Hyde

Grant Achatz é o novo menino prodígio da gastronomia americana. Seu restaurante, o Alínea em Chicago, foi eleito o melhor dos EUA em 2006, o que, se não é pouca coisa para qualquer chef veterano, é muito para os 32 anos de Achatz. Por causa disso, ele e suas criações vêm aparecendo em várias revistas de formas bem diferentes.
O Alínea ficou famoso pela sua comida super-hiper-ultra moderna e revolucionária. Pratos como salada de tomate enclausurada num balão de mozzarela de búfala e bacon glaceado servido num pequeno varal, são só alguns exemplos do que Achatz inventa na sua cozinha. Este lado de sua personalidade é o enfoque da pequena matéria e entrevista na revista Gula de fevereiro, que traz também a receita de um creme de batatas com trufas numa apresentação pra lá de equilibrada.
O outro lado do chef foi revelado na Food & Wine de dezembro último. Com um ponto de vista bem diferente, a matéria mostra como ele prepara hoje suas comidas favoritas da infância. Frango assado, bolo de carne e torta de pêras são alguns dos pratos que ele não consegue esquecer e que têm suas receitas de família levemente revisadas pelo agora grande chef.
O paralelo entre as duas reportagens fica ainda mais interessante quando se percebe as influências da cozinha familiar nos pratos do Alínea e vice-versa. No Alínea ele usa dicas ensinadas pela sua mãe quando trabalhavam na cozinha do restaurante da família, e nas releituras das receitas de infância nota-se o sentido apurado de quem agora é capaz de manter a memória do sabor intocada e ao mesmo tempo acrescentar seu toque de gente grande.
Mas duas perguntas eu não consegui responder lendo as matérias: será que os pratos que Achatz faz hoje no seu Alínea vão ficar marcados na memória da mesma forma que a comida da sua infância ficou? E será que ele quer que isso aconteça ou será que ele acha que suas criações têm prazo de validade e daqui a alguns anos serão outros tempos, outros ingredientes, processos, pratos e pessoas e ninguém deve mesmo se lembrar do que ele fez? Para um chef que com apenas 32 anos atingiu o topo, talvez esteja na hora de resolver isso.

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19.2.07

Um ano de Bistrô

Tim-TimOntem o Bistrô Carioca completou seu primeiro ano.
Quero agradecer aos amigos e parentes que aparecem por aqui com carinho, amizade, dicas e comentários. Agradeço também aos coleguinhas blogueiros daqui e de fora que, com seus links, levam o Bistrô muito mais longe do que já imaginei.
Para comemorar este primeiro aniversário estamos estreando hoje um novo lay-out. Os menus que antes estavam na coluna da direita, agora estão à esquerda enquanto do outro lado abri espaço para notas rápidas, dicas, pequenos textos e divulgação de eventos bacanas.
Conto mais uma vez com as opiniões de vocês sobre o nosso novo visual esperando que ele ajude a que continuemos a trocar idéias sobre o que a gente gosta.
Tim-tim.

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15.2.07

Calvin gourmet

O Calvin não precisa de palavras nem expressões elaboradas para descrever aparência, textura e sabor da comida. Se fosse sommelier, morria de fome...

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12.2.07

Porque...

...vinhos vendidos em taça são tão caros?
...pessoas insistem em usar o Nextel como rádio mesmo em restaurantes?
...não existem bares aqui? Simplesmente bares onde a gente senta num grande balcão para beber e beliscar como os americanos e europeus podem fazer?
...tem gente que faz fila para comer mal?
...alguns donos de restaurantes quando respondem reclamações de clientes feitas pelo jornal, insistem que aquilo não aconteceu, que o cliente está inventando, que no restaurante deles é tudo perfeito?
...é tão difícil encontrar um pão decente no Rio?
...nem clientes nem restaurantes cariocas gostam de reservar mesa para comer e não ter que enfrentar fila na porta?
...donos de restaurantes permitem que seus manobristas estacionem carros de clientes sobre calçadas e faixas de pedestre?
...quando a conta do restaurante vem errada, é sempara para mais?
...restaurantes que um dia foram bons, mas que hoje são ruins de dar dó, conseguem sobreviver só pela fama que criaram?
...o tamanho das letras dos cardápios diminuiu tanto nos últimos anos? :)
Alguém sabe?

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9.2.07

Antes tarde

O suplemento Rio Show do O Globo demorou mas finalmente percebeu uma tendência que as leitoras do Bistrô já conheciam há muito tempo.
Precisou um restaurante do Leblon lançar uma pizza de bife com batata frita para os jornalistas daquele periódico descobrirem as atrocidades que andam fazendo com as redondas nas boas e más casas do Rio, e publicarem hoje uma matéria de capa sobre o assunto.
O texto do Lula Branco Martins é ótimo e mostra que a situação é muito pior do que se imagina. Não perca, clique aqui.
PS: Tenho uma amiga que há pelo menos vinte anos me ensinou a comer pizza com bife e batata frita. Só que a gente pedia um medalhão com fritas e uma marguerita. Muito mais honesto que colocar tudo em cima da pobre redonda.

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8.2.07

Obelix gourmet

Quem disse que o Obelix só entende de javali? A receita do Caius Obtus inclui ingredientes que nem o Adriá imaginou, ainda. Clique na imagem para ampliar.

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5.2.07

Nakombi

Bem, o Nakombi carioca não durou dois anos. A bela construção continuará lá mas como um restaurante a quilo da cadeia Frontera/Kilograma. Se mesmo assim você quiser conhecer como foi minha visita à finada casa, vá em frente e arigatô.
Enquanto os restaurantes chineses cariocas escasseavam até quase desaparecer, o japoneses assumiram o papel de servir comida “oriental” por aqui. O último a aparecer com certo estardalhaço na semana passada foi o nipo-paulista Nakombi.
Minha primeira surpresa foi o porte do restaurante que nasceu em uma Kombi de verdade. A nova casa do Jardim Botânico é ampla, tem vários ambientes e recantos diferentes, bela iluminação, cadeiras confortáveis e muitos detalhes na decoração. O elemento principal do térreo, que parece ser ao ar livre de tão alto, é uma falsa Kombi vermelha sem capota onde dentro trabalham os sushimen e a sushigirl. Para sentar não faltam opções como tatames, reservados, mesas, balcões e um cantinho mais escondido no fundo do salão. No andar de cima há também duas mesas comunitárias com chapas para preparar teppanyaki ao vivo. O ambiente todo é muito bacana, vale a pena chegar quando a casa está mais vazia para admirar.
O cardápio não foge muito do que conhecemos como japonês por aqui. Sushis, sashimis, robatas, combinados, tekas, e temakis estão lá. Não vi nenhuma grande surpresa, mas como o menu é bem extenso e com uma diagramação um pouco confusa, pode ser que alguma novidade tenha me escapado.
Acho que nada melhor do que provar o básico para dizer se um restaurante japonês é dos bons ou não. Então, antes do teppanyaki provei alguns espetinhos e uma dupla de skin bastantes bons. O teppanyaki também não decepcionou, mas é um prato tão simples que vale mais pelo entretenimento do que pela comida em si. Optamos por um com legumes – abobrinha, cebola, abóbora e berinjela – shitake, salmão, camarão, carne e frango que no final tem um arroz maluco, tudo preparado na nossa frente. Dizem lá que dá para duas pessoas, mas não acredite. Se você não quer assaltar a geladeira quando chegar em casa, peça alguma coisa além dele para garantir.
O serviço é muito simpático mas ainda está rateando, coisa de restaurante recém aberto. Se você freqüenta japoneses, com certeza vai reconhecer alguns garçons, maitres e garçonetes que foram "garimpados" das melhores casas do ramo por aqui.
No geral foi uma ótima experiência. Se por um lado não houve grandes novidades, por outro tudo correu bastante bem, quase sem senões. Um ponto negativo talvez seja o tamanho da casa que, apesar de bem dividida e com vários ambientes, é bem maior do que o padrão carioca dos japoneses que em em geral são pequenos, os restaurantes que fique claro.
Saímos deixando a casa lotada de um público mais jovem e com a música mais alta do que quando chegamos mostrando que ali não se vai só para comer.
Seria uma tremenda injustiça dar um veredito definitivo com uma só visita a uma casa tão nova ou compará-la com o Azumi ou com o Sushi Leblon, mas para um restaurante que começou com uma idéia na cabeça e uma Kombi na mão, o Nakombi é bem bacana. Para o Rio as maiores novidades são, por enquanto, um grande e belo restaurante como poucos na zona sul e a promessa de, junto com Mr. Lam, transformar aquela rua embaixo do Cristo Redentor no ponto mais oriental da cidade.

Nakombi
Rua Maria Angélica, 183
Jardim Botânico
21 2246.1518

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