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30.9.07

Bistrô na Vejinha

A Vejinha publica hoje seu já famoso suplemento Comer & Beber onde além de listar 380 restaurantes, 250 bares e 165 lugares de comidinhas, elege os melhores em cada categoria. Esse ano a Fernanda Thedim me convidou para fazer parte do grupo de jurados da seção Comidinhas que escolheu o melhor café, sorvete, empadinha e mais oito categorias de lugares desse tipo no Rio. Os eleitos e o meu voto estão aqui abaixo. Se vc quiser ver a reportagem completa, visite o site da Vejinha clicando aqui.

Eleito/Meu voto

Café Expresso - Armazém do Café / Due café
Café-da-Manhã - Escola do Pão / Café Severino
Chocolate - Envidia / Cacau Noir
Doce - Colher de Pau / Colher de pau
Empada - O Caranguejo / Talho Capixaba
Hambúrguer - Joe & Leo’s / Bazzar Café
Pão - Talho Capixaba / Garcia e Rodrigues
Salgado - Deli 43 - Pavelka / Deli 43 - Pavelka
Sanduíche - Cervantes / BB Lanches
Sorvete - Mil Frutas / Mil Frutas
Suco - Universo Orgânico / BB Lanches
Torta - Kurt / Kurt

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22.9.07

I, de iguaria





Inversamente ao que aconteceu com Gula, quando não concordei com nenhuma das definições que nossos mestres oferecem em seus dicionários, Iguaria, talvez por ser algo assim mais palpável, ou no caso, palatável, é descrita pelo Aurélio quase como eu definiria, veja bem:
Iguaria: comida fina, delicada e/ou apetitosa; acepipe.
Claro que o paladar menos literário do Bistrô se identifica mais com a parte “apetitosa” do que com “comida fina” ou ainda “delicada” da definição.
Aqui para nós, iguaria pode ser literalmente qualquer coisa comestível. De uma folha de alface crocante – menos Paco, menos – àquela caneleé que só tem numa confeitaria em Paris depois da seis da tarde no inverno. Basta (como se fosse pouco) que seja única, preciosa e quase inalcançável. O que já é um quitute se torna uma iguaria quando tem lá seu quê de difícil, e não pode ser encontrada assim todo dia na esquina de casa. Por isso, um prato comum aqui pode ser uma iguaria em outras culturas e vice-versa. Conseqüentemente, acho que a distância potencializa o valor de uma boa comida e ajuda a transformá-la em iguaria. Então é justo afirmar que ninguém produz uma iguaria, ela se torna uma dependendo de fatores tão diferentes como sabor e distância, além do tamanho.
Quando penso em iguaria, imagino que posso comê-la quase de uma vez só ou no máximo em duas ou três colheradas. Quase um bocado. Indo ainda mais longe, tempo também ajuda a definir o que é uma iguaria. Seu sabor tem que ter prazo de validade na boca, mas não na memória. Não se passa horas comendo uma iguaria, por mais que você enrole para aproveitar, iguaria parece ser mais uma questão de minutos.
Também sou quase capaz de afirmar que o momento faz a iguaria. Quando hoje você morde um naco de um leitãozinho a pururuca, classifica aquilo como iguaria e tem vontade de beijar as mãos da cozinheira, amanhã pode ser “apenas” um prato maravilhoso.
Sabor, tempo, distância, momento e tamanho. Dá para sentir que, mesmo podendo ser qualquer coisa, não é fácil se tornar uma iguaria embora nessa área também existam as celebridades.
Iguarias mundialmente famosas são as trufas de Alba, os ninhos de andorinha chineses, foie gras do Périgord, toro e fugu japoneses, pecebres galegos, lagostas do Maine e caviar russo entre tantas outras. Todas idolatradas por gourmets do mundo inteiro que movem mundos e fundos para degustá-las.
Mas uma iguaria é definitivamente um fato cultural, e como esse é um assunto bem amplo, posso dizer que de um bairro a um país, iguarias podem representar muito bem traços da cultura de uma região. Para alguns, o cabrito do Nova Capela é uma iguaria e típica da Lapa, já o bolo de rolo, que a gente come aqui em fatias quase translúcidas para durar mais, é uma iguaria finíssima que os amigos trazem de Pernambuco de vez em quando. E quantas vezes eu levei farinha de mandioca para fazer farofa na Espanha! Farofa é iguaria.
Outro exemplo de iguaria que já citei no Bistrô são os calçots. Eles reúnem todos os requisitos que falei aqui: só existem lá na Catalunha, come-se inteiro de uma vez só, o momento é de confraternização geral - ninguém come calçots sozinho – e o sabor é inesquecível. Mas ao contrário do que defini como iguaria, dá para se empanturrar dele, mas é só uma vez por ano. Iguaria perfeita.

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7.9.07

Gula Gula por Pedro Delamare

Todos que acompanham o Bistrô sabem que sou fã incondicional do Gula-Gula. Freqüento o restaurante desde o tempo que o Fernandão comandava pessoalmente as caçarolas no Gulinha da Rita Ludolf. Por isso adorei ver a entrevista do filho dele e atual presidente da rede no programa Marketeria da rádio Paradiso. Além de contar a história desse ícone carioca que hoje tem 12 lojas e serviu um milhão e meio de clientes ano passado, Pedro Delamare fala do negócio, da comida e até dos clientes. Se você gosta do Gula e se interessa pelo assunto, não perca a entrevista na WTN. Clique aqui.

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2.9.07

Entrevistas do Bistrô: Sergio e Javier Torres Martinez, do Eñe

Na primeira internacional das entrevistas do Bistrô, tivemos o prazer de bater um papo virtual com os chefs espanhóis gêmeos Javier e Sergio Torres Martinez que, entre outros restaurantes espalhados pelo mundo, comandam a cozinha do Eñe em São Paulo. Apesar de jovens, os dois possuem uma carreira consistente em diversos restaurantes estrelados na França e Espanha e vários prêmios internacionais. Uma curiosidade é que em algum ponto dessa trajetória eles foram alunos de Josep Lladonosa, pai da gastronomia catalã, dono de um dos mais antigos restaurantes de Barcelona e autor do livro que me fez começar a gostar de cozinhar. Mas isso é outro assunto, vamos aos gêmeos.

Depois do fenômeno Adriá, parece que a para ser chef espanhol é necessário primeiro ser criativo para depois ser cozinheiro. Estabelecer uma carreira na gastronomia mundial com esse tipo de expectativa tornou-se mais fácil ou difícil?
Acreditamos que realmente há uma grande confusão com o fenômeno Adriá, ainda que seja certo que graças a ele a gastronomia espanhola cresceu muito e que ele é inegavelmente um gênio. Mas não podemos esquecer que a gastronomia espanhola é importante pelas suas contribuições como os muitos cozinheiros que não têm nada a ver com a filosofia de Adriá mas que engrandecem o produto, a cultura e o país com uma nobreza artesanal e técnica imprescindível. Então, quando se fala de cozinha espanhola como sendo a de Ferran Adriá, acreditamos ser um erro atribuir a uma só pessoa a evolução da nossa cozinha que graças a diversidade profissional existente tem uma grande competitividade que faz melhorar o conjunto.
Vocês acham que na alta gastronomia de hoje em dia o autor se tornou mais importante que a própria obra? Que os clientes vão a um grande restaurante comer o que o chef criou independentemente do que seja?
Finalmente hoje em dia o ofício do cozinheiro é reconhecido, já que no passado não foi assim. Há cozinheiros com enorme expressão na mídia, e isso faz com que ele tenha que estar acompanhado de todo o aparato que faz um verdadeiro restaurante gastronômico já que há cada vez mais gente que sabe comer e comer com critério. Todos nós gostamos que um restaurante gastronômico seja recomendado pelo valor de seu cozinheiro e cada vez mais os clientes, que são nossos melhores críticos, depositam nele toda sua confiança.
Para nós brasileiros, reinventar tapas como vocês fazem no Eñe é como reinventar o pastel ou o rissole. Como estabelecer limites entre o que é realmente uma releitura contemporânea e válida do que é apenas invencionice?
Achamos que inventar é muito difícil, mas é possível fazer um releitura da cozinha brasileira buscando sempre por melhores produtos e aplicando novas técnicas.
Depois desse tempo operando um restaurante no Brasil, quais expectativas foram confirmadas e quais surpresas boas e ruins aconteceram? Que tal o cliente brasileiro?
Estamos muito contentes em poder ter este contato com o Brasil e podemos garantir que tivemos uma grata surpresa tanto com o nível do público, com a qualidade dos produtos e com a paixão das pessoas que trabalham no restaurante, eles são nossa maior motivação para melhorar.
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O Bistrô agradece ao Sergio e ao Javier que responderam essas perguntas de alguma cozinha aí pelo mundo e lembra que os dois são autores do ótimo Brasil a Dois – Encontro da Gastronomia Catalã com a Brasileira.
Não posso deixar de agradecer também a Joana Munné por ter colocado o Bistrô em contato com a dupla para essa entrevista internacional. Moltes grácies, Joana!


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