Italiano e Japonês no JB
As poucas amigas que ainda acompanham o Bistrô conhecem bem uma das nossas máximas: quanto mais perto de casa, mais demoramos a visitar. Aconteceu de novo e provavelmente não será a última vez.
Ocorre que estou bem servido de bares e restaurantes por aqui. Aliás acho que só a Dias Ferreira pode ser comparada ao que se está se tornando os arredores da Lopes Quintas. Vejam bem: Quadrifoglio, Mil Frutas, Caroline e Italia: Bibi, Fazendola, Nankin e Belmonte, Roberta Sudbrack, Saturnino, Informal, Filé de Ouro, Escola do Pão e Lorenzo. Tudo isso a no máximo duas quadras da minha casa (os pontos vermelhos na imagem aí ao lado mostram esses lugares todos). Então, não é à toa que dois pequenos, mínimos, restaurantes sejam difíceis de se destacar e ainda mais aparecer aqui no Bistrô. Mas aqui estão eles.
Um é japonês e já ganhou uma filial no Leblon, o outro, italiano, ganhou boa crítica da Luciana Fróes na Rio Show. Para vocês sentirem como eu estou atrasado, deu tempo de construir um restaurante e da Lu atravessar o Jardim Botânico.
O japa é o Ymaki que se coloca no letreiro mesmo como fast-food japonês. Se eu tivesse um restaurante japonês, pensaria dez mil vezes em associá-lo a fast-food, mas nos tempos atuais, quando velocidade é medida de tudo, pode até ser um atributo positivo. Mas não foi esse atributo que nos levou lá a primeira vez. Foi a fome mesmo.
O Ymaki é um dos restaurantes mais bonitinhos que fui ultimamente. Modernino no ponto, varandinha, elegante, enfim, tudo certinho. Na varanda há duas mesinhas de bar para esperar ou para comer por lá mesmo se você entrar no clima fast. Ao lado da porta há um grande aquário com peixes coloridos que durante o dia traz luz para dentro e à noite ganha um belo destaque.
Lá dentro, em talvez cinquenta metros quadrados, há um pequeno balcão, uma boa mesa redonda, quatro mesinhas e um reservado para oito ou dez pessoas. Quer dizer, comem no máximo pouco mais de vinte.
Menor ainda é o Espresso Italia, uma quadra dalí. No balcão comem seis pessoas e nas mesas mais seis. Instalado há sete meses na entrada de uma galeria meio decadente, o restaurante da Ana Luiza e do Alessio tem pouco charme mas sobra em simpatia. Um quadro negro na calçada mostra os os dois ou três pratos e saladas do dia que são servidos além dos sanduíches e comidinhas permantente no cardápio. No dia que fui lá o proprio chef estava no salão recebendo os clientes - quase todos pareciam já conhecidos dele - e servindo as mesas. Ambiente caseiro e relaxado.
No Ymaki o serviço não é o forte, as meninas têm boa vontade mas pouca atenção. No cardápio dominam os onipresentes temakis em dezenas de versões mais ou menos criativas. Mas há também combindos, yakisobas e duplas como em qualquer japonês. Nas vezes em que visitei a casa sempre esteva correto, nada exuberante nem decepcionante. Na única vez que reclamei de um sashimi de atum, imediatamente me trouxeram outro sem pestanejar. Um defeito é só servirem caipirinha de saquê. Enfraquece.
Já no Espresso a comida surpreende pela qualidade e simplicidade. Nenhuma grande invenção, nenhum produto ou preparação mudernos, apenas bons pratos italianos como a gente tem guardados na memória. Na minha visita comi um espagueti ao alho e óleo com pimenta muito bom. A madame tomou um gazpacho acompanhado de torradinhas delicioso. Bebemos duas taças de um tinto italiano que desceu muito bem.
Um casal no Ymaki janta direito, com entradinha, combinado e sobremesa por pouco menos de R$ 100,00. Padrão japonês. Já no Espresso, com vinho, dois pratos, sobremesa e café gastamos R$ 50,00. Concordo que é uma comida menos elaborada, em menor quantidade e em teoria com a mesma qualidade. Mas é uma disparidade grande que mostra a força e o valor percebido nos restaurantes japoneses, mesmo quando se posicionam como fast-food.
O italiano e o japonês têm vários pontos em comum - pequenos, pertos de casa e sem grandes invenções - mas um diferença básica. Enquanto o primeiro vai pela estrada da tradição, o segundo segue pela da moda. Nada contra nenhum dos dois caminhos, o Jardim Botânico só ganha com isso. Mas minha torcida é que a próxima filial de um dos dois seja do Espresso, a cidade ganha mais com ela.
Ymaki
Rua Saturnino de Brito, 52
Tel: 249.7237
Espresso Italia
Rua Jardim Botânico, 728
Marcadores: Comendo e bebendo fora
2 Comments:
Eu já tinha lido a crítica da Luciana sobre o Espresso e fiquei curiosa. Agora, com o seu relato, mais ainda. Vou ver se passo lá. Essa vizinhança é uma maravilha mesmo. Semana passada fui tomar café na Escola do Pão ( não ia há anos) e continua ma-ra-vi-lho-so! Agora, você acredita que nunca fui ao Quadrifoglio?! E nem vou, né, pois infelizmente vai fechar! Pena! Aliás, acho até que já fechou... Sabe dizer, Paco?
Apesar de uma maquina de espresso limitada ate mesmo pelo reduzido espaço, o alessio tira um autentico cafe LAVAZZA espresso italiano.
Quer deixa-lo feliz? entao peça um ristreto!
Quer deixa-lo mais feliz ainda? beba a aguinha antes do café!! :o))
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