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3.6.14

Comida de aeroporto

Levante a mão quem já comeu bem num aeroporto brasileiro. Agora quem já comeu bem e barato num aeroporto brasileiro. Para terminar, quem já comeu bem e com preço justo antes ou depois de pegar um vôo?
Ruim e cara são os adjetivos mais usados para comida de aeroporto, certo? Não necessariamente nessa ordem são,  ao lado dos péssimos serviços prestados, unanimidades nos aeroportos tupiniquins. Poliana diria que pelo menos existe uma coerência nessa triste história. Os péssimos se atraem.
Eu entendo que caro ou barato são conceitos relativos. Paga quem quer, quem pode, quem não se programou direito e deixou de fazer o lanchinho antes de sair de casa. Mas isso é muito diferente do que acontece nos nossos aeroportos onde o mesmo pão de queijo e o mesmo café servidos nas lojas da mesma rede custam quase o dobro nos aeroportos, comparando com seus preços no centro da cidade. Por que tratar o turista sempre como rico e otário?
Essa semana passei horas intermináveis em dois aeroportos, o Santos Dumont no Rio e o Salgado Filho em Porto Alegre.  Nos dois tem de tudo para comer, desde cervejaria patrocinada até quilo do Viena. Quer dizer, de tudo do mais medíocre que você puder imaginar. Em PoA um hamburguer simples, dois chopes e dois cafés custaram R$ 70,00. Por esse preço no aeroporto de Heathrow em Londres, o turista compra uma refeição de três pratos no restaurante do estrelado chef Gordon Ramsey, aquele nervosinho da TV.
Já no SDU, um café com leite e UM pão de queijo custam R$ 13,00, preços londrinos aqui no Rio mesmo.
Nos dois casos além da mediocridade da comida e do serviço e da cara de pau de achar que pode cobrar o que quiser só porque está num aeroporto brasileiro, fica a impressão da haver um complô em todos os níveis para se dar bem em cima do turista. Que porque viajamos de avião, estamos míopes ou felizes demais para nos preocuparmos com qualidade, valor e preços. Lá em cima, voando, a comida vai ser pior, então aproveita para comer aqui embaixo logo, devem pensar.

A pior “solução”, como acontece na grande maioria das vezes, foi a que o governo deu. Criou uma tal de Lanchonete Popular – é, o nome é esse mesmo. Excelente marketing. -  com quinze preços tabelados e listados no edital de concessão do ponto. As lanchonetes também podem oferecer outros produtos com preço livre. Até aí tudo bem, mas ganha a licitação quem oferecer o maior preço do aluguel do ponto a ser explorado, exatamente como em qualquer outra licitação em aeroporto. Agora me pergunto: quem vai querer um ponto para vender cafezinho a R$ 2,50 se pelo mesmo preço pode ter o mesmo ponto vendendo cafezinho a R$ 6,00? Eu mesmo respondo: A mesma empresa que já vende cafezinho a R$ 6,00 na loja do lado. Concorrência, qualidade, preocupação com serviços, só na cabeça do governo. Na prática é só mais monopólio, monopólio da mediocridade. A cara do nosso país.

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1 Comments:

Blogger Luciano Sky said...

Uma pena tamanho desrespeito! Nos aeroportos americanos se come o mesmo fast food que está disponível na cidade, com o mesmo preço. Em Austin eu curtia a sorveteria Amy's do aeroporto. Mesmos preços. http://www.amysicecreams.com/

3/6/14 22:38  

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