Com a sua cara
Essa nota do BlueBus de 03/04 me fez pensar:
5,000 assinantes da (revista) Wired vão receber a edição de julho com sua foto na capa. A ação ilustra a matéria principal do número - sobre o futuro da personalização. Os assinantes estão sendo convidados a enviar fotos suas para a revista, através da internet, e escolher o layout da capa aqui. Os 5,000 primeiros terão a revista personalizada.
5,000 assinantes da (revista) Wired vão receber a edição de julho com sua foto na capa. A ação ilustra a matéria principal do número - sobre o futuro da personalização. Os assinantes estão sendo convidados a enviar fotos suas para a revista, através da internet, e escolher o layout da capa aqui. Os 5,000 primeiros terão a revista personalizada.
Para mim foi impossível não imaginar se com comida a gente um dia vai poder fazer parecido: mandar nosso prato ou receita favorita para nosso chef favorito e depois ir ao seu restaurante para prová-la? Já pensaram no Alex Atala fazendo um picadinho que é a sua cara? Ou o Troisgros preparando aquele cozido que a vovó, a nossa, não a dele, preparava no domingo?
A personalização do que comemos por enquanto ainda está restrita à nossa própria cozinha, onde fazemos o que nos dá na telha ou, olhando sob outro ponto de vista, a personalização da comida ainda é a feita pelos chefs autores que colocam suas digitais nos pratos que criam e que nós comemos felizes. No máximo hoje podemos escolher entre dois ou três acompanhamentos e molhos para o grelhado.
Claro que isso tudo que pensei é uma grande brincadeira, mas não custa nada sonhar. O futuro da personalização que a Wired quer mostrar deve passar cedo ou tarde pela cozinha também. Afinal, a gastronomia tem estado na vanguarda das revoluções do século. E quem sabe algum desses chefs acha a idéia interessante e coloca em prática?
Marcadores: Artigos
11 Comments:
Uma coisa já está a caminho Paco. A tinta comestível que imprime num papel feito de farinha especial, como uma hóstia. Vc vai poder escolher no site de uma pizzaria os sabores, Margherita por exemplo, e imprimir sua pizza em casa. Eu comi um sushi de papel do Moto de Chicago. Era bom, tinha a foto do sushi e gostinho de alga e peixe.
Espetacular esse delivery de pizza do Luiz, hein? Agora, pizza de papel com tinta de farinha é igual a carbohidrato direto na veia :) Já vi esse sushi que vc comeu, mas achei que era só uma brincadeira. Vou catar uma foto e publicar aqui. Abs.
Paco, vc sabe que um chef que eu adoro - aliás, é o meu preferido disparado - é o Alain Ducasse. Ele é moderníssimo e tb pratica, entre outras, esse tipo de cozinha moderna e personalizada no restaurante "Spoon". Olha só essa crítica aqui:
http://200.221.3.73/cozinhar/cozinhar_mh_005.shtml
Tem outra matéria ótima dele sobre a evolução da cozinha, aqui:
http://gula.ig.com.br/entrevista/136_alain_ducasse.shtml
Eu tenho o livro do Spoon, onde, na introdução, ele explica justamente isso, esta personalização. Se vc quiser, te empresto :)
Vai ter comentaristas bons assim lá no Bistrô, hein? É cada um mais antenado que o outro! Depois eu digo que essa é a melhor parte de ter um blog e ninguém acredita...
O problema de fazer pratos que são "a nossa cara" em restaurantes, é que ninguém executa como o autor. Se você mandasse sua receita preferida pra qualquer chef, ela deixava de ser "sua" no ato. Na mesma hora ele ia colocar uma pitadinha de não sei o quê, ia fazer uma montagem vertical do picadinho, em "sua redução" de caldo de carne, e por aí vai...
Paco,
nos menus degustação do Jun Sakamoto e do Alex Atala nós não escolhemos o que queremos, mas podemos falar o que não gostamos de comer. Daí eles não fazem pratos com esses ingredientes.
Não é exatamente a sua idéia, mas já é uma espécie de personalização. Pequena, mas é.
Porém, tirando essa pequena "personalização", não acredito nesse negócio não. Qual a graça de sair de casa prá comer o picadinho da vovó no restaurante? Isso eu como em casa! Eu quero é ir para o restaurante justamente para experimentar coisas diferentes das que tenho em casa.
Abraço,
PF
Seria um desafio... será q eles conseguiriam? Sei não, viu?
Acabei de lembrar: o macarrão do Alex é i-d-ê-n-t-i-c-o ao da minha avó. Demais!
PF, e a nossa confraria?
beijos!
O PF e a Cris apontaram exatamante para onde eu imaginava que a conversa iria. O que a Cris disse é prefeito, uma receita deixa de ser sua quando é feita por outra pessoa, o que absolutamente não quer dizer que isso não possa ser uma ótima experiência. É exatamente o que a Wired propôs: Assinantes (que obviamente se identificam com o conteúdo da revista) dando seu aval ao conjunto da obra. O primeiro exemplo que me ocorre é o Filé Oswaldo Aranha, é a cara do dono, mas não é ele que faz. Deu prá explicar? O caso do Alex que a Roberta fala é outro assunto: inspiração...
É claro que é inspiração. Receita é q não é! Por isso acho que seria desafiador: mão é mão, cada um tem a sua. Não tem jeito!
No final das contas, minha pergunta é a seguinte: Não seria legal ver um chefão desses fazendo uma prato que, seja pelo motivo que for, nunca estaria no seu menu mas é um dos favoritos do seu cliente? Não é legal receber um revistaço como a Wired com a sua cara na capa? Não são coisas parecidas? Viajei demais?
Paco, na minha humilde opinião seria quase perfeito...
Postar um comentário
<< Home