Santo da casa
Já que a nossa cidade e o restaurante em questão têm o nome em comum e a primeira anda um verdadeiro caos, muito por conta de nós mesmos, revoltado, faço esse post ao contrário.
A experiência não foi tão boa como me haviam sugerido, mas também não foi ruim. Uma questão de expectativa. Eu esperava mais do restaurante, mas, no final, a conta de R$ 135,00 para duas pessoas me pareceu correta.
Para beber pedimos um Altas Cumbres Malbec que, para a proposta de comida francesa da casa, merecia estar no mínimo mais fresco que a temperatura ambiente. Um pouco mais de cuidado no serviço de vinhos cairia muito bem. O serviço demorou a engrenar, mas apesar de frio foi eficiente.
A sobremesa estava apenas correta, nada de mais. Crepe de ganache de chocolate com um sorvete - que no cardápio era apresentado como mousse - de chocolate branco. O prato estava quente, a mousse gelada e o crepe frio. Mas o conjunto, mesmo sem deixar um grande rastro na memória, era saboroso.
Antes dela minha mulher comeu um salmão grelhado com purê de baroa e espinafre refogado no alho. Achou bom, apenas um pouco gorduroso demais para um prato grelhado. Eu pedi um ótimo confit de pato com molho suave de laranja e batatas cozidas com sal grosso. No ponto. Chamou a atenção além do sabor, a fartura do prato. Foram os pontos altos do jantar.
O começo foi desastroso, duas brusquetas molengas e mal apresentadas chegaram à mesa. A de cebola caramelada com parmesão tinha um creme indecifrável por cima e algum sabor, mas a de tomate fresco com queijo gratinado veio gelada e completamente sem graça. As duas em fatias de baguete onde nem a casca era crocante. Começamos muito mal, ainda bem que depois a coisa melhorou.
Lendo o cardápio do São Sebastião, foi impossível não fazer um paralelo com o do La Cigale no Leblon, pois são muito parecidos. Patos, steaks, ostras e mexilhões são pratos típicos dos bistrôs franceses que a gente encontra nos dois restaurantes cariocas. É aquele tipo de cardápio que parece ter sido feito para mim.
Do lado de fora, a fachada tem uma grande janela e o típico quadro negro com os pratos e sugestões do dia. Lá dentro, mesmo à noite, o ambiente parece meio descuidado. O charme fica pela própria arquitetura original do local onde há um mezanino bacana. Duas paredes de taipa e algumas fotos coloridas penduradas são toda a decoração do lugar.
Localizado no final do Leme, o São Sebastião sempre foi bem recomendado por conhecidos e nas resenhas de jornais e revistas. Fazia tempo que queria ir lá, mas só agora aconteceu de ter a vontade de comer uma comida de bistrô e lembrar-me desse restaurante. Mesmo não tendo achado grande coisa, quero voltar para provar mais.
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A nota triste da noite, e que parece estar se tornando comum nos restaurantes cariocas, foi que, também no São Sebastião, clientes podem fumar calmamente no salão sem serem advertidos pelos garçons em nenhum momento. Nesta noite, o próprio dono da casa veio falar com um cliente que fumava e ficou por isso mesmo. Em minha opinião, quem fuma dentro de restaurantes ou de qualquer outro lugar onde isso não é permitido, não pode reclamar de carros estacionados nas calçadas nem de gente fazendo xixi na rua. São todas atitudes que demonstram total falta de civilidade. Se você não é civilizado nos lugares que freqüenta, onde vai ser? E não me venham com essa história de que a equipe é treinada para evitar que se fume porque isso não cola mais.
Marcadores: Comendo e bebendo fora
8 Comments:
Ótimo texto.gostei muito da leitura.
Que bom que vc gostou e que bom que vc voltou por aqui, Valentina!
No Brasil infelizmente tudo se dá um jeitinho. Fumar em locais proibidos é um deles.
Ainda não conheci o santo mas, como rezo pela cartilha do bistrô, vou mandar 3 flechas.
Eu com o santo e o Eduardo com o diabo....
Chico , exelente o comentário sobre os fumantes.Proponho uma frente de não fumantes que agiria da seguinte forma : ao perceber alguém fumando , todos se levantariam e deixariam o ambiente sem pagar.Queria ver os donos chamarem a polícia ...Se isto fosse feito em todo Rio de Janeiro por um dia teríamos a solução deste problema.
abraços e para~´ens pelo sucesso do blog
Paco,
semana retrasada também fui a um bistro que já tinha ouvido falar bastante. Porém, diferentemente da sua experiência, o resultado foi maravilhoso, muito além do que esperava. Abaixo mais uma dica para seus leitores que vierem para São Paulo.
Chama-se "Le Vin Bistro" e fica na Alameda Tietê, quase em frente à Margueritta, pizzaria famosíssima.
Excelente carta de vinhos, uma das melhores da cidade, e com preços justíssimos. Nesta noite, contudo, ficamos nas Baden Baden mesmo, maravilhosas como sempre.
De entrada uma dúzia de ostras de Santa Catarina, muito saborosas, que o Troisgros considera as melhores do mundo hoje em dia (acho que ele deve estar exagerando, mas como infelizmente não tenho conhecimento suficiente para discordar sou obrigado a acreditar!). Comemos as ostras ainda de pé na espera.
Ao sentarmos à mesa o ambiente, apesar de também estar cheio de fumantes (liberados), se mostrou muito agradável. Aquele tipo de local sem pudores, onde as pessoas podem conversar em bom som, rindo e se divertindo com vontade.
O couvert é muito simples, porém muito bom. Um belo pãozão (tipo italiano) com patê de fígado feito na própria casa. Excelente.
Em seguida uma porção de mariscos à provençal com fritas que, juro, comemos nas nuvens. Que coisa maravilhosa! Nunca havia comido mariscos tão gostosos. Fico imaginando como devem ser lá em Provence... Mesmo a mulher do meu amigo que normalmente não gosta de mariscos comeu e repetiu algumas vezes. O caldo que sobrou, feito à base de vinho e ervas, fiz questão de tomá-lo devidamente como sopa. Sensacional!
Nesta altura já tínhamos entornado umas 6 ou 7 Badens... e isto eu e meu amigo sozinhos, pois nossas mulheres tomam um copo e olhe lá! Olha que noite.
Em seguida ataquei um steak tartar perfeito com fritas. É famoso por aqui e com razão. Melhor até do que havia comido em Blumenau e que até então estava no topo da minha lista.
Infelizmente não tive condições de encarar o confit de pato que dizem ser maravilhoso. Fica para a próxima, quem sabe com voces!
Ainda tive uma surpresa ao receber a conta, que foi bem justa. Depois disso tudo, 10 ou 11 Badens, mais sobremesa e alguns cafés, ficou em R$130 por casal. O único prato caro do restaurante é justamente o pato a R$63.
Leitores do Bistrô Carioca, anotem o nome do lugar: Le Vin Bistro.
Abraços,
PF
realmente os dois la cigale e o sao sebastiao sao muito parecidos..alem de cardapio, as baratas que vi sao comuns a ambos!!
e nao me venham com a desculpa pasteutizada de assessoria de imprensa "que nao podemos nos responsabilizar pela higiene do entorno da casa...". ja que ambas as baratas vieram da cozinha!!!
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