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24.8.07

Menos outra

Seguindo os passos da Baden-Baden, faleceu este mês do mesmo mal a carioca Devassa. Também foi comprada pela Schincariol....
Como o outro, o diretor da Devassa disse que a formulação da atual linha de produtos e o modelo de produção artesanal da sua cerveja, que não é pasteurizada, não serão alterados.
A recomendação do Bistrô é que, de novo, você corra ao mercado mais próximo e compre quantas caixas de Devassa puder beber nessa primavera. Só para garantir.

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18.8.07

H, de hambúrguer



á pratos e ingredientes considerados exclusivos que se popularizaram muito nos últimos anos. O salmão por exemplo, deixou de ser uma iguaria e passou a frequentar até os mais furrecas restaurantes a quilo da cidade. Outros fizeram o caminho contrário, sofisticaram-se, elitizaram-se, glamourizaram-se. O hambúrguer é um desses. De típico sanduíche de fast-food tornou-se um prato gourmet e passou a frequentar finas mesas e até palácios. Mesmo sem ter desaparecido das esquinas, hoje á comum encontrá-lo nos cardápios dos mais estrelados restaurantes.
Todo grande chef tem sua receita de hambúrguer, mas a original tem várias possíveis origens. A que faz mais sentido é que foi criada em Hamburgo na Alemanha, país que tem tradição em nomear pratos segundo a cidade onde foram criados. O hambúrguer chegou à América no início do século XIX ainda sem o pão - e sem o queijo, cebolas, bacon, salada... - e foi pouco a pouco não só conquistando o paladar americano como tornando-se um ícone do país. Lá, cada americano come - agora já transformado em sanduíche e com infinitos acompanhamentos - mais de quarenta hambúrgueres por ano. O restaurante do famoso chef Daniel Bouloud contribui com alguns poucos desses. Ele foi o primeiro estrelado a colocar, em 2003 e por módicos US$ 50, o sanduíche no menu de um restaurante seu. O Ferran Adriá ter também se rendido ao hambúrguer não prova nada, a verdade é que hoje o sanduíche é celebridade, figurinha fácil em capas de revistas de gastronomia como a Gula e a Food&Wine, uma heresia alguns anos atrás.
X-Tudo
Hambúrguer e pizza têm muito em comum. Ambos escalaram a pirâmide gastronômica e ambos são regularmente vilipendiados na sua simplicidade e na sua origem. Da mesma forma que sobre o disco de massa e queijo tem sido colocado quase qualquer ingrediente, entre o bife e o pão pode ter de tudo. Queijo, cebola, bacon e salada são os clássicos, mas não é dificil encontrar linguiça, ovo, milho, abacate, anchova, presunto e maionese nas versões populares e trufas ou foie nas ditas gourmets. O sanduíche faz tanto sucesso que até a carne é substituída em algumas versões; frango, soja e, quem diria, salmão formam parte da grande família hambúrguer. Heresia para uns, popularidade de para outros, é certo que se já tivesse nascido com pedigree, o hambúrguer nunca teria chegado onde chegou.
Le Big Mac
Apesar das dezenas de versões que a gente encontra em cada esquina, sem dúvida a mais famosa é a que leva dois hamburgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles num pão com gergelim, o Big Mac. Também sofrendo adaptações ao gosto do freguês, o carro-chefe do McDonald`s é vendido em em mais de 100 países e tornou-se até índice para a comparação do custo de vida nesses tantos lugares. Que outra comida tem tal privilégio?
Carioca também
Aqui no Rio a história do hambúrguer não foi diferente. Aos poucos ele foi ganhanhado espaço e casas especializadas. Não dá para deixar de citar o Joe & Leo`s como uma das que lideraram esse movimento, oferecendo além de um ambiente super bacana, o sanduíche com temperos, molhos e acompanhamentos especiais que agradaram em cheio aqueles que gostavam de hambúrguer mas não aguentavam mais ter que comê-los em pé nas lanchonetes. Embora eu não tenha abandonado o balcão de rua, me incluo nesse grupo. Por aqui a coisa ficou tão séria que ao lado dos bons restaurantes franceses e italianos há até a eleição do melhor hambúrguer da cidade. Coisa de quem já conquistou seu espaço.
A oferta de hamburgueres no Rio é enorme, há dos tipos fast-food, de lanchonetes tradicionais, de restaurantes e até como canapés - one bite no jargão muderno - em festinhas e eventos. Adoro sanduíches, acho uma grande invenção - dizem que de Leonardo da Vinci - mas não ligo muito para essa gourmetização do hambúrguer. Como de todos, gosto de alguns, detestos os de salmão ou frango - soja não existe para mim - mas meu favorito é de um lugar que não é conhecido especialmente pelo seu hambúrguer. Para saber onde, vocês vão ter que esperar a edição Comes & Bebes da Vejinha em setembro. Não quero estragar a surpresa. Alguém arrisca um palpite?

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11.8.07

Santo da casa

Já que a nossa cidade e o restaurante em questão têm o nome em comum e a primeira anda um verdadeiro caos, muito por conta de nós mesmos, revoltado, faço esse post ao contrário.
A experiência não foi tão boa como me haviam sugerido, mas também não foi ruim. Uma questão de expectativa. Eu esperava mais do restaurante, mas, no final, a conta de R$ 135,00 para duas pessoas me pareceu correta.
Para beber pedimos um Altas Cumbres Malbec que, para a proposta de comida francesa da casa, merecia estar no mínimo mais fresco que a temperatura ambiente. Um pouco mais de cuidado no serviço de vinhos cairia muito bem. O serviço demorou a engrenar, mas apesar de frio foi eficiente.
A sobremesa estava apenas correta, nada de mais. Crepe de ganache de chocolate com um sorvete - que no cardápio era apresentado como mousse - de chocolate branco. O prato estava quente, a mousse gelada e o crepe frio. Mas o conjunto, mesmo sem deixar um grande rastro na memória, era saboroso.
Antes dela minha mulher comeu um salmão grelhado com purê de baroa e espinafre refogado no alho. Achou bom, apenas um pouco gorduroso demais para um prato grelhado. Eu pedi um ótimo confit de pato com molho suave de laranja e batatas cozidas com sal grosso. No ponto. Chamou a atenção além do sabor, a fartura do prato. Foram os pontos altos do jantar.
O começo foi desastroso, duas brusquetas molengas e mal apresentadas chegaram à mesa. A de cebola caramelada com parmesão tinha um creme indecifrável por cima e algum sabor, mas a de tomate fresco com queijo gratinado veio gelada e completamente sem graça. As duas em fatias de baguete onde nem a casca era crocante. Começamos muito mal, ainda bem que depois a coisa melhorou.
Lendo o cardápio do São Sebastião, foi impossível não fazer um paralelo com o do La Cigale no Leblon, pois são muito parecidos. Patos, steaks, ostras e mexilhões são pratos típicos dos bistrôs franceses que a gente encontra nos dois restaurantes cariocas. É aquele tipo de cardápio que parece ter sido feito para mim.
Do lado de fora, a fachada tem uma grande janela e o típico quadro negro com os pratos e sugestões do dia. Lá dentro, mesmo à noite, o ambiente parece meio descuidado. O charme fica pela própria arquitetura original do local onde há um mezanino bacana. Duas paredes de taipa e algumas fotos coloridas penduradas são toda a decoração do lugar.
Localizado no final do Leme, o São Sebastião sempre foi bem recomendado por conhecidos e nas resenhas de jornais e revistas. Fazia tempo que queria ir lá, mas só agora aconteceu de ter a vontade de comer uma comida de bistrô e lembrar-me desse restaurante. Mesmo não tendo achado grande coisa, quero voltar para provar mais.
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A nota triste da noite, e que parece estar se tornando comum nos restaurantes cariocas, foi que, também no São Sebastião, clientes podem fumar calmamente no salão sem serem advertidos pelos garçons em nenhum momento. Nesta noite, o próprio dono da casa veio falar com um cliente que fumava e ficou por isso mesmo. Em minha opinião, quem fuma dentro de restaurantes ou de qualquer outro lugar onde isso não é permitido, não pode reclamar de carros estacionados nas calçadas nem de gente fazendo xixi na rua. São todas atitudes que demonstram total falta de civilidade. Se você não é civilizado nos lugares que freqüenta, onde vai ser? E não me venham com essa história de que a equipe é treinada para evitar que se fume porque isso não cola mais.

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4.8.07

Bráz

Me desculpem nossos clientes, mas definitivamente agilidade não é um dos fortes desse blog. A Bráz carioca abriu há uns três meses, mas só nesta semana fui lá e me arrependi. Me arrependi de não ter ido antes, que fique claro.
Na esteira de uma dezena de casas paulistas que vieram para cá nos últimos tempos, a pizzaria Bráz foi a última a instalar-se na cidade. Escolheu a rua mais badalada gastronomicamente do momento, a Maria Angélica, e num terreno onde havia um galpão, construiu uma bela casa no estilo grande boteco, com pé direito alto, paredes de azulejos, grande balcão de mármore onde fica a chopeira, fornos a lenha e um pátio aberto no fundo. Chama a atenção já na entrada uma árvore iluminada com um grande – sim, tudo é grande na Bráz carioca - e confortável banco para a fila esperar sentada. Fila que começa logo depois das sete da noite. Eu cheguei as oito de uma quarta feira e esperei um chope. Chope, aliás, bem acima da média.
Da porta tem-se uma bela visão de todo o salão e, já sentado nas mesas um pouco justas para quatro pessoas, nota-se o baixo nível de barulho apesar da casa cheia. Uma prática comum em restaurantes americanizados foi muito bem lembrada na Bráz, o garçom se apresenta dizendo seu nome, quem me atendeu muito bem foi o Silva, o que além de tornar o serviço mais pessoal é muito prático.
Começamos com o que chamam de pic-nic; uns espetinhos de calabresa com cebola, uma pizzinha fechada de mussarela, tomate e orégano e o famoso pão de calabresa da casa. Tudo muito bom, principalmente o pão que também é vendido inteiro sob encomenda.
Como já disse aqui, em casas novas acho importante testar o básico, e o arroz com feijão das pizzas é a marguerita. Pedimos uma grande meia marguerita, meia mussarela simples muito boa. Tomates e manjericão frescos, molho de tomate saboroso e uma borda alta de massa fina, crocante e sequinha. A pizza grande tem oito pedaços e dá para divertir quatro pessoas, mas ainda pedimos outra média de quatro queijos que estava excepcional. Bons queijos com sabores diferentes e perfeitamente identificáveis, muito boa mesmo.
Continuamos no ótimo chope e nas caipirinhas, mas há muito tempo não via tantas mesas bebendo vinho, não sei se pelo frio ou se os preços lá são bons, mas era um fato. De sobremesa pedimos uma mousse de chocolate com sorvete e uma ótima pannacota com calda de morango. A conta de R$ 200,00 foi justa pelo que comemos e bebemos.
Na Bráz é evidente a coerência entre o ambiente e a comida, ambos de qualidade, mas sem afetação. Ótima pizza com sabores variados e diferentes ao lado das tradicionais que todo mundo espera encontrar numa pizzaria, mais o bom chope e serviço atento. Tudo parece muito mais carioca do que outras casas da cidade que estão há anos por aqui. Coisa de paulista.
Leia o que mais o Bistrô publicou sobre pizza em Capricciosa e A redonda.

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