Quais são os de sempre?
Bem, no post de ontem falei que tinha ido em um monte de restaurantes que desde sempre, pelo menos para mim que tenho quarenta anos, estiveram onde estão, servindo a mesma cozinha simples e tradicional de Barcelona e que no meu entender são os que sustentam a fama de bem comer da cidade. Vamos a alguns deles:
El Glop – em catalão quer dizer “o gole” mas não é um bar. É um restaurante que está encravado no meio do bairro de Grácia – o mais tradicional da cidade - há mais de 25 anos. Come-se cozinha tradicional catalana num ambiente muito simpático com a cozinha, e principalmente a grelha à vista dos fregueses. Se é que há alguma especialidade, estas seriam o coelho e as alcachofras grelhadas e os caracóis “na lata”. Em princípio come-se também calçots o ano todo mas que seguramente serão melhores até o começo da primavera. Se você não tiver outra oportunidade de comer calçots vá lá. Mas vá no original de Grácia e não nas filiais que foram abertas no eixample.
Maria Castaña – um dos mais tradicionais bares de tapas da cidade, deve ter mais de trinta anos no mesmo local, fica numa região pouco freqüentada por turistas mas a visita vale para comer pão com tomate – o pão vem diariamente da Galícia – que minha mulher elegeu como o melhor que ela comeu na semana, e olha que ela comeu bastante. Lá oferecem também tapas variadas das quais destaco o pastel de tortilha, tortilhas de vários sabores empilhadas e servidas como uma fatia de bolo, a escalibada, pimentão berinjela e cebola grelhados e a alcachofra. Para arrematar um pouco de queijo manchego curado e uma copa de fino. O garçom mais novo tem 12 anos de casa e o mais velho está lá desde que eu conheci a casa em 1992. O ambiente não tem nada de atrativo, pelo contrário; perdeu todo o charme depois de uma reforma em 1994 mas a comida é de primeira.
L’Olivé – com pouco mais de 20 anos, é um belo restaurante de comida catalana tradicional mais refinada um pouquinho. Ambiente elegante mas sem exageros. Comida excelente. Fomos lá com um grupo de brasileiros recém chegados e quase fomos expulsos tamanha algazarra fizemos com as surpresas de sabores e pratos que provamos.
El Mussol – O caçula da lista está a pouco mais de dez anos na Av. Diagonal. Tem um estilo parecido com o El Glop, cozinha catalana, grelha logo na entrada, qualidade nos produtos, etc. Na saída você pode comprar grande parte dos embutidos e queijos que comeu. Ótimo vinho da casa. Recomendo três pratos: Mungetas amb butifarra – feijão branco sem caldo com uma lingüiça local – esqueixada de bacalhau – quase um carpaccio do peixe - e o prato de legumes grelhados que pela sua simplicidade e riqueza de sabores resume bem o que penso sobre a cozinha catalana.
Els Quatre Gats – Inaugurado em 1897, é talvez o mais tradicional restaurante da cidade. Levava meus amigos lá mais pela beleza do edifício e do bar do que pela comida. Foi freqüentado por artistas e intelectuais no início do século XX como Picasso e Gaudí mas hoje, com a cidade permanentemente tomada por turistas, é mais uma atração do que qualquer outra coisa. Vale a visita e no mínimo uma copa de cava no bar da entrada.
Botafumeiro – é “o” lugar de Barcelona para comer mariscos. Está há quase quarenta anos no mesmo lugar e o freqüentamos desde que me entendo por gente por que é em frente à antiga casa dos meus tios. Tem um bar enorme onde você pode comer o mesmo que no salão. Em matéria de preços está dois degraus acima dos outros restaurantes, mas plenamente justificado pela frescura e qualidade do que serve.
Se você tiver a oportunidade de visitar qualquer um desses restaurantes vai entender o que falei sobre simplicidade, qualidade e fidelidade. Vai ver que em todos eles você vai encontrar uma cozinha mais do que correta, extremamente saborosa e feita com pouquíssimos ingredientes e técnicas bem rudimentares. Neles todos a qualidade do produto e a primazia do conteúdo sobre a forma fazem com que existam há tantos anos e que tenham potencial para sobreviverem por muito tempo mais.
Como copo vazio também não para em pé, tenho dois bares completamente diferentes que merecem uma visita:
Boadas – está há 75 anos na pequena esquina do começo das Ramblas. Até onde sei ainda é tocado pela Sra. Boadas que faz Dry Martinis atrás do balcão. Mínimo e sem janelas, não oferece nada mais que canapés para acompanhar o álcool. Ferve depois da sete da noite e como tudo na cidade depois de 1992 está sempre cheio de turistas. É o favorito do meu amigo Kaleco que foi lá comigo em 96 e agora é freguês.
Mirablau – em geral é minha parada número um na cidade. Já fui lá de táxi direto do aeroporto só para admirar o visual do entardecer. No alto da cidade é um bar moderno que funciona como discoteca depois das onze da noite. Tem a vista mais deslumbrante da cidade, por isso vale a pena chegar mais cedo e pegar um lugar na frente do janelão. Um belo programa é subir até lá no Tramvia Blau, um bonde azul que você pode pegar no alto do Carrer Balmes.
No próximo post falo sobre calçots, talvez a comida mais rudimentar, saborosa e festiva que já provei.
El Glop – em catalão quer dizer “o gole” mas não é um bar. É um restaurante que está encravado no meio do bairro de Grácia – o mais tradicional da cidade - há mais de 25 anos. Come-se cozinha tradicional catalana num ambiente muito simpático com a cozinha, e principalmente a grelha à vista dos fregueses. Se é que há alguma especialidade, estas seriam o coelho e as alcachofras grelhadas e os caracóis “na lata”. Em princípio come-se também calçots o ano todo mas que seguramente serão melhores até o começo da primavera. Se você não tiver outra oportunidade de comer calçots vá lá. Mas vá no original de Grácia e não nas filiais que foram abertas no eixample.
Maria Castaña – um dos mais tradicionais bares de tapas da cidade, deve ter mais de trinta anos no mesmo local, fica numa região pouco freqüentada por turistas mas a visita vale para comer pão com tomate – o pão vem diariamente da Galícia – que minha mulher elegeu como o melhor que ela comeu na semana, e olha que ela comeu bastante. Lá oferecem também tapas variadas das quais destaco o pastel de tortilha, tortilhas de vários sabores empilhadas e servidas como uma fatia de bolo, a escalibada, pimentão berinjela e cebola grelhados e a alcachofra. Para arrematar um pouco de queijo manchego curado e uma copa de fino. O garçom mais novo tem 12 anos de casa e o mais velho está lá desde que eu conheci a casa em 1992. O ambiente não tem nada de atrativo, pelo contrário; perdeu todo o charme depois de uma reforma em 1994 mas a comida é de primeira.
L’Olivé – com pouco mais de 20 anos, é um belo restaurante de comida catalana tradicional mais refinada um pouquinho. Ambiente elegante mas sem exageros. Comida excelente. Fomos lá com um grupo de brasileiros recém chegados e quase fomos expulsos tamanha algazarra fizemos com as surpresas de sabores e pratos que provamos.
El Mussol – O caçula da lista está a pouco mais de dez anos na Av. Diagonal. Tem um estilo parecido com o El Glop, cozinha catalana, grelha logo na entrada, qualidade nos produtos, etc. Na saída você pode comprar grande parte dos embutidos e queijos que comeu. Ótimo vinho da casa. Recomendo três pratos: Mungetas amb butifarra – feijão branco sem caldo com uma lingüiça local – esqueixada de bacalhau – quase um carpaccio do peixe - e o prato de legumes grelhados que pela sua simplicidade e riqueza de sabores resume bem o que penso sobre a cozinha catalana.
Els Quatre Gats – Inaugurado em 1897, é talvez o mais tradicional restaurante da cidade. Levava meus amigos lá mais pela beleza do edifício e do bar do que pela comida. Foi freqüentado por artistas e intelectuais no início do século XX como Picasso e Gaudí mas hoje, com a cidade permanentemente tomada por turistas, é mais uma atração do que qualquer outra coisa. Vale a visita e no mínimo uma copa de cava no bar da entrada.
Botafumeiro – é “o” lugar de Barcelona para comer mariscos. Está há quase quarenta anos no mesmo lugar e o freqüentamos desde que me entendo por gente por que é em frente à antiga casa dos meus tios. Tem um bar enorme onde você pode comer o mesmo que no salão. Em matéria de preços está dois degraus acima dos outros restaurantes, mas plenamente justificado pela frescura e qualidade do que serve.
Se você tiver a oportunidade de visitar qualquer um desses restaurantes vai entender o que falei sobre simplicidade, qualidade e fidelidade. Vai ver que em todos eles você vai encontrar uma cozinha mais do que correta, extremamente saborosa e feita com pouquíssimos ingredientes e técnicas bem rudimentares. Neles todos a qualidade do produto e a primazia do conteúdo sobre a forma fazem com que existam há tantos anos e que tenham potencial para sobreviverem por muito tempo mais.
Como copo vazio também não para em pé, tenho dois bares completamente diferentes que merecem uma visita:
Boadas – está há 75 anos na pequena esquina do começo das Ramblas. Até onde sei ainda é tocado pela Sra. Boadas que faz Dry Martinis atrás do balcão. Mínimo e sem janelas, não oferece nada mais que canapés para acompanhar o álcool. Ferve depois da sete da noite e como tudo na cidade depois de 1992 está sempre cheio de turistas. É o favorito do meu amigo Kaleco que foi lá comigo em 96 e agora é freguês.
Mirablau – em geral é minha parada número um na cidade. Já fui lá de táxi direto do aeroporto só para admirar o visual do entardecer. No alto da cidade é um bar moderno que funciona como discoteca depois das onze da noite. Tem a vista mais deslumbrante da cidade, por isso vale a pena chegar mais cedo e pegar um lugar na frente do janelão. Um belo programa é subir até lá no Tramvia Blau, um bonde azul que você pode pegar no alto do Carrer Balmes.
No próximo post falo sobre calçots, talvez a comida mais rudimentar, saborosa e festiva que já provei.
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