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8.5.06

51

Tenho falado muito dos clássicos, dos pratos que a gente encontra ou deveria encontrar pelas mesas e cardápios. Falei também de restaurantes que sobrevivem e prosperam servindo os mesmos bons e simples pratos de sempre.
Agora vou mudar radicalmente. Vou mostrar algumas boas idéias que tenho visto acontecer pelo mundo. Novidades que passam longe dos ares, espumas e vácuos que têm tomado os holofotes da cozinha chamada contemporânea. São iniciativas em restaurantes, cozinhas, bares e produtos inovadores que não se alinham com nada do que hoje chamamos de tendência. Ainda.

Chocolate – Duas casas, uma no Japão e outra em Nova York – apesar da globalização as coisas parecem que ainda acontecem primeiro sempre nesse dois lugares – se dedicam a colocar o chocolate no seu devido lugar. A, ou o Meiji 100% Chocolate Cafe, tem um balcão com mousses de diversos tipos de chocolates que você pode escolher para rechear bombas, tortinhas e macarrons. Além disso oferece um tipo de chocolate diferente por dia, sem repetir. São 365 sabores do mundo todo.
Em Nova York o Chocolate Bar - os trocadilhos em inglês são muito mais fáceis mas não menos infames - está mais para uma confeitaria de bairro especializada em cookies, brownies e pães para os amantes do chocolate. O recheio americano aparece em sabores como cheese cake, leite maltado e manteiga de amendoim.

Talvez vocês digam que na Europa confeitarias assim são comuns. É verdade. Mas o que faz dessas casas diferentes é que além de apostarem em posicionamentos longe da tradição dos seus similares do velho mundo, apostam também na vontade que nós, chocólatras, temos de vez em quando provar novos sabores. Fenômeno parecido com o que aconteceu com o café que hoje aparece das mais diversas maneiras, ainda que, nos dois casos, um Alpino e um cafezinho na padaria da esquina continuam sendo indispensáveis.

MSC – Movimento dos sem Cozinhas – é um fenômeno que está acontecendo mundialmente com a diminuição dos espaços nas casas modernas que se já deixam pouco para morar, imagine para cozinhar. Pensando nisso a americana DreamDinners espalhou cozinhas profissionais pelo país, já são mais de 50, e as aluga por horas com toda a infra de preparação, ingredientes e ajudantes para cozinharmos elevarmos para casa o que fizemos. O que ainda não está redondo na história é que há um menu de pratos por mês, quer dizer: você ainda não pode cozinhar o que quiser, mas do prático ponto de vista americano, dá para entender que assim fica muito mais simples. Além do mais os pratos do menu são bem variados. Não é um programa para pretendentes a chefs, mas deve ser muito divertido.

Se nossas casas têm cozinhas cada vez menores, o que pode acontecer com um restaurante? Ano passado em Amsterdam montaram um restaurante sem cozinha. No FoodFacility há cardápios de vários restaurantes da área para você pedir o que quiser. A vantagem, além do divertimento, é que você podia comer a entrada de um restaurante a sobremesa de outro. O local oferecia serviço de garçom, copos, pratos e bebidas, além do delivery, claro.
Apesar de ter durado só um mês - não, não faliu, era um evento temporário mesmo – é um conceito que tem muito a ver com a variedade de opções de escolha que existe nas grandes cidades. A idéia partiu de um artista plástico que quis fazer uma versão Google de um restaurante. Não é simples de entender para os não-iniciados, mas o artista tenta explicar tudo aqui.

Como vocês viram, boas idéias na cozinha podem passar longe dos pratos, ingredientes e técnicas e ainda assim surpreender quem gosta ou vive de/para comer e beber.

Essas dicas me chegam de várias fontes, mas a newsletter da Springwise é imbatível em matéria de tendências e inovações.

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